segunda-feira, 4 de março de 2013

A Mulher: O sexo FORTE






A mulher era considerada frágil e incapaz de assumir a liderança do grupo familiar, e o homem, foi associado à idéia de autoridade e poder de comando, e deste modo surgiu o patriarcado, uma sociedade fundamentada no poder do homem como chefe de família, modelo predominante até hoje.
E com este sistema familiar, começou a surgir uma sociedade machista que oprimiu, explorou e humilhou as mulheres. Felizmente, elas resistiram e lutaram para eliminar a discriminação e garantir seus direitos, se colocarem como seres humanos dignos, livres e autônomos. Não podemos esquecer de  mulheres como Rosa Luxemburgo, Olga Benário, Pagu, e tantas outras guerreiras que não suportaram o preconceito e a exclusão e foram à luta. De quantas coisas as mulheres foram impedidas? Dedicar-se às ciências, participar dos debates filosóficos na Grécia antiga? Isto era um absurdo para a sociedade da época!
As mulheres, além de serem tratadas com inferioridade, sofreram com as construções morais das religiões, por exemplo: os homens podiam ter relações sexuais antes do casamento e manter relacionamentos extraconjugais sem sofrer ultrajes ou punições, mas com as mulheres era totalmente ao contrário, como o caso da iraniana Sakineh, que por pouco não foi condenada ao apedrejamento por crime de adultério. Houve um tempo em que as mulheres não podiam nem sequer aprender a ler, e viviam envoltas em uma teia tabus.
Na política, o direito ao voto no Brasil, a partir de 1932, não significou que as mulheres poderiam ocupar cargos. Mesmo que conseguissem ascender ao poder, havia sempre discriminação. Somente no final do século XX, período muito importante para o movimento feminista, elas conseguiram, por meio de lutas e com o apoio ideológico comunista, chegar a desempenhar várias tarefas antes restritas aos homens, desde as que exigiam força física aos cargos administrativos, levando em consideração que antes as mulheres só poderiam executar o papel de dono de casa, mãe e esposa.
Mulheres não podiam votar, não podiam trabalhar fora, dirigir, nem ao menos usar calças, e o movimento de mulheres imergindo nos cargos de poder, sobretudo a partir das três últimas décadas, pode ser considerado como um dos fenômenos sociais mais importantes dos séculos XX e XXI. O Brasil também tem evoluído bastante nesse sentido, pois temos a Lei Maria da Penha, que pune todo tipo de violência contra a mulher, e recentemente, foi eleita a primeira mulher à Presidência da República.
Pode-se observar, em todos os campos, os avanços das mulheres e isto resultou de uma história de lutas e conquistas de muitas e dolorosas batalhas, mas a guerra ainda não foi vencida, pois existe muito preconceito e resistência de homens e até mesmo de mulheres com uma ideologia tacanha e obsoleta. Devemos notar que, quando uma mulher luta por algo e conquista, é mostrado pela mídia, na maioria das vezes, com demérito, como se fosse apadrinhamento ou favor, além de tentar vender uma imagem de que toda mulher é melindrosa e descontrolada e tem obsessão por ser igual ao homem.
A geração atual de mulheres tem hoje uma participação mais ativa no âmbito fora do lar, e elas, em sua maioria, não se submetem às vontades masculinas, mas procuram realizar-se profissionalmente e serem independentes. Porém, mesmo com tanto esforço para modificar a sociedade e instaurar a igualdade de gênero e a autonomia da mulher, não só no nosso país como em vários outros ainda ocorre agressão contra mulheres, pagam salários menores que os dos homens, subestimam e excluem de conversas, grupos sociais, atividades, etc.
Eu já vi vários casos em minha família de mulheres que quando perdiam a virgindade ou engravidavam, se casavam só para não ficarem mal vistas pela sociedade, e pessoas que testemunharam ou sofreram violência doméstica, mas tiveram medo de denunciar, ou pensaram naquele ditado: “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher. Quando criança, muitas foram as vezes que ouvi: “Meninas não brincam com meninos”, “Brincar com bolas ou carrinhos é coisa de menino”. E na escola, meninos excluem as meninas de brincadeiras, grupos de trabalho, com o pretexto de que elas são frágeis, frescas, e assim acontece de geração em geração.
Ainda hoje, várias mulheres sofrem com preconceito, violência de parceiros, colegas de trabalho, e agem como se fosse natural, e são, geralmente, pessoas com baixa escolaridade, que não têm conhecimento de seus direitos, não sabem da sua própria capacidade de vencer, de conquistar sua autonomia e se destacar. Os homens também precisam aprender que as mulheres não são inferiores, nem são objetos e devem ser tratadas com respeito como seres humanos dignos que são, e violência não é símbolo de masculinidade nem forma de impor respeito.
 Para erradicar de vez a distribuição desigual de poder e autoridade entre homens e mulheres, sugiro como solução grandes investimentos na educação, principalmente das crianças, para que cresçam habituadas à ideia de que somos todos seres humanos com os mesmos direitos, não importando o sexo, a cor, religião ou classe social e construir novos valores. O conhecimento é o caminho mais simples para a conscientização das pessoas. E com toda esta história de lutas e vitórias, quem disse que são o sexo frágil? 
 
( Yasmim Timóteo da Silva)

Macdouglas de Oliveira


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